Um Prêmio para colher informação madura

Desconhecer a profundidade e a seriedade de certos temas é um dos caminhos mais eficazes para reforçar o pré-julgamento. Quando o assunto é a boa prática jornalística, pré-conceber, com certeza, é semente que não merece cultivo. Foi com as raízes fincadas nessa convicção que a agência paraense EKO – Estratégias em Comunicação criou em 2003 o Prêmio Aimex de Jornalismo. Única ação do gênero inteiramente idealizada no Pará, a iniciativa tem como principal objetivo estimular a publicação de reportagens e a elaboração de redações e pesquisas sobre o setor produtivo de base florestal do Estado. Em sua terceira edição, o prêmio contemplará profissionais que publicaram trabalhos sobre o setor florestal em 2005. E como sempre é tempo de fazer florescer avanços, uma novidade foi implantada na atual versão: o Prêmio Aimex Jovem Jornalista, voltado a estudantes que estejam cursando Comunicação Social com habilitação em Jornalismo.

No total, a ação distribuirá R$ 9 mil em prêmios: R$ 7 mil para o primeiro colocado do III Prêmio Aimex de Jornalismo e R$ 2 mil para o segundo lugar. Além disso, o Jovem Jornalista selecionado receberá um computador. Todos ganhadores serão conhecidos, no próximo dia 08 de fevereiro, às 19h30, durante um jantar oferecido pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex). Além da imprensa, participarão do evento empresários do setor produtivo florestal, professores dos cursos de Comunicação Social e demais convidados. Estão na disputa pelos prêmios três profissionais: Elke Oliveira, do jornal O Liberal; Raimundo José Pinto, pelo Diário do Pará; e Ronaldo Brasiliense, também de O Liberal. Os quatro estudantes pré-selecionados são Eldeize Arnour de Jesus (Universidade da Amazônia), Marcos Corrêa, Fernando Alves e Adriana Fradique Gonçalves (Universidade Federal do Pará).

Parceiros – Apoiadora da iniciativa, a jornalista Ana Prado, coordenadora do Curso de Comunicação Social da Universidade da Amazônia e membro da Comissão Julgadora, aponta. “Acho que a palavra chave é estímulo. O prêmio incentiva o jornalista a sair em busca do que vai além do óbvio. Estão de parabéns os industriais madeireiros por apostarem nisso”. A coordenadora do Curso de Comunicação da Universidade Federal do Pará, Rosaly Brito, concorda: “Essa iniciativa é bastante interessante. Seria ótimo se outros setores da sociedade também investissem nesse tipo de reconhecimento. Quem ganha com isso é o jornalismo investigativo, segmento que carece de maior espaço na mídia local”.

Outra parceira do prêmio, a pesquisadora assistente da Ong Imazon, Wandréia Baitz, também integrante do júri, salienta: “Temos que dar inteiro apoio a esse projeto. Ficamos honrados em participar da seleção dos vencedores, pois o Imazon se interessa por toda proposta que valorize a sustentabilidade da Amazônia”. Outro membro da Comissão Julgadora, o diretor da TV Cultura do Pará, Edvan Coutinho endossa: “Esse é um prêmio para boas notícias. Numa época em que a imprensa costuma estar associada a notícias não muito agradáveis, é importante dar destaque a pautas positivas”.

Vencedor das edições de 2003 e 2004, o jornalista Raimundo Pinto dá o seu testemunho: “A importância desses três anos de realização do Prêmio Aimex está no incentivo ao trabalho do repórter. Outro mérito está na capacidade de mostrar que é possível explorar esse imenso recurso florestal da Amazônia com racionalidade, garantindo o futuro dessa atividade econômica e da própria floresta”.

Ineditismo – O pioneirismo da EKO ao criar a premiação reforça o grande compromisso da empresa: difundir e fazer repercutir informações maduras, conforme explica a jornalista Layse Santos, diretora da agência: “O prêmio faz parte de uma estratégia maior que desenvolvemos para a comunicação da Aimex, um grupo de empresas do setor produtivo de base florestal que trabalha em parâmetros sustentáveis. Percebemos que assuntos muito importantes, relativos à indústria exportadora de madeira, não eram devidamente tratados pela mídia. Anteriormente, as pautas eram sempre focadas em temas negativos, já que o setor herda uma delicada imagem gerada por madeireiros que trabalham irregularmente na região”.

Layse também chama atenção para o fato de que um bom trabalho de comunicação se ramifica por vários aspectos. “O prêmio veio junto com outras estratégias, como a criação de um jornal para o setor produtivo, desenvolvimento de projetos ambientais em parceria com ONGs e uma forte pesquisa para disponibilização de informações para a imprensa. Hoje, festejamos bons resultados, estamos conseguindo dar voz à indústria madeireira que trabalha com base nos princípios do desenvolvimento sustentável. E já começamos a perceber a mudança da imagem desse segmento”.

Vozes do setor – Os personagens diretamente envolvidos com a questão não poupam elogios aos efeitos obtidos. “O prêmio é importante porque é direcionado aos jornalistas da região. Além disso, abre espaço à produção de textos relacionados a um dos setores mais importantes na economia do Estado”, referenda Justiniano Netto, diretor executivo da Aimex. Marcílio Monteiro, gerente executivo do Ibama, arremata: “É uma excelente idéia porque expõe um debate que precisa ser avivado na sociedade. Os termos técnicos e aparentemente abstratos da questão florestal ganham do jornalista uma linguagem acessível”.

FONTE: Um Prêmio para colher informação madura

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