Desde que a juíza Carla Rister concedeu a liminar que permitia a concessão de registros profissionais sem a obrigatoriedade do diploma, o jornalista Vitor Ribeiro decidiu dar início a uma pesquisa que ele chama de "Exercício Profissional do Jornalismo no Mundo". A idéia é contactar países dos quatro cantos do mundo e saber quais são as exigências para que alguém possa exercer o jornalismo. "Quero acabar com aquela conversinha: tenho uma amiga que morou na Áustria e lá qualquer um pode ser jornalista. Até analfabeto!", explica Ribeiro, que é diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e assessor da Câmara dos Vereadores de Piracicaba (SP).
Ribeiro já contactou mais de cem países. Além de procurar as embaixadas aqui no Brasil, ele também vem conversando com órgãos internacionais de jornalistas, como a FIJ (Federação Internacional de Jornalistas). "Acredito que estas entidades vão agilizar o meu trabalho. Provavelmente, elas já têm algum apanhado de dados em alguns países", diz, esperançoso. Se tudo der certo, a pesquisa trará uma lista com pelo menos 150 países.
A idéia de dar início a este levantamento surgiu durante uma reunião entre diretores do SJPSP. Inconformado com a liminar que Carla Rister concedeu há mais de um ano, que ele leu na íntegra, Ribeiro aponta trechos que, segundo o jornalista, dão a entender, sutilmente, que em outros países não há regulamentação da profissão do jornalista. Alguns diretores chegaram a questionar a sugestão de Ribeiro. "Algumas pessoas me disseram que não importa como são as coisas lá fora. Mas eu não concordo. Acredito que teremos informações mais confiáveis para promover um debate mais maduro e completo".
Em abril, ele pretende divulgar uma preliminar da pesquisa. "Mas para isso preciso contar com a boa vontade das pessoas e a ajuda de alguns colegas". Inclusive, Ribeiro pede que os usuários de Comunique-se que já trabalharam como correspondentes ou tenham amigos lá fora contribuam para o levantamento, enviando mensagens para o e-mail vitoribeiro@dglnet.com.br.
FONTE: Comuniquese