O Brasil celebra neste sábado os 151 anos de nascimento de Landell de Moura, o pai brasileiro do rádio


O Brasil celebrará neste sábado, 21 de janeiro, os 151 anos de nascimento do padre-cientista Roberto Landell de Moura, inventor brasileiro do rádio e pioneiro das telecomunicações, que começa a ser reconhecido pela sociedade brasileira. A data encerra ainda as comemorações do sesquicentenário de seu nascimento, com inúmeras atividades e ações visando o seu reconhecimento oficial pela História do Brasil e a inclusão de sua saga no currículo obrigatório do Ensino Fundamental.
O Movimento Landell de Moura, criado por voluntários de várias regiões brasileiras, obteve inúmeras conquistas ao longo dos últimos dois anos, como o lançamento de um selo alusivo aos 150 anos de seu nascimento, lançado em 21 de janeiro de 2011 pelos Correios, a concessão póstuma do título de Cidadão Paulistano pela Câmara dos Vereadores de São Paulo, a aprovação pelo Congresso Nacional da inclusão de Landell de Moura no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancredo Neves (que ainda depende da sanção da presidente Dilma Rousseff) e a entrega de um abaixo-assinado com quase 6 mil assinaturas ao ministro da Educação Fernando Haddad, pleiteando a inclusão da saga do padre-cientista no ensino básico pelo Conselho Federal de Educação. O município de Porto Alegre, onde Landell nasceu, declarou 2011 o Ano Landell de Moura de Inovação Tecnológica, numa homenagem cívica que se desdobrou em inúmeras celebrações na região.

A saga de Landell de Moura

Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, Roberto Landell de Moura transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos.
As pioneiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana – o Colégio Santana – à emblemática Avenida Paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV.
Ao transmitir a voz, Landell se diferenciou de Marconi. O cientista italiano inventou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos.
As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre “falava com o demônio” e destruiu seus aparelhos.
Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria “forçado” a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações!
O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por voluntários de diferentes áreas, que construiu um site – www.mlm.landelldemoura.qsl.br – para pleitear esse reconhecimento. Vale registrar que o MLM não tem fins político-partidário, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal.

Fonte: Jornal da Comunicação Corporativa

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