Crescem desembolsos do BNDES para setor de serviços


Os desembolsos feitos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na área de comércio e serviços pode ter apresentado desaceleração até julho deste ano. Porém, em setembro, o setor deve ganhar fôlego nas estatísticas do banco. Com dispêndios superiores a R$ 3 bilhões, o mês deve garantir um novo recorde para o final deste ano.

Com dados disponibilizados pelo BNDES, até o sétimo mês de 2011, foram desembolsados R$ 12,672 bilhões para projetos do terceiro setor. No mesmo período do ano anterior, foram R$ 14,853 bilhões em empréstimos.

No entanto, após os desembolsos realizados a favor da empresa de telecomunicações Vivo Participações de R$ 3 bilhões, as contas deste ano devem voltar para o azul no balanço. Além da operadora, outros projetos bilionários foram aprovados, como o financiamento para o desenvolvimento de uma linha de transporte de etanol. Ao final de setembro, a Logum Logística recebeu R$ 1,7 bilhão para dar início à primeira etapa de construção de dutos com 1.330 quilômetros. O total investido, a ser realizado durante 2012, será de R$ 5,8 bilhões. Até os projetos destas companhias, no entanto, serem aprovados, os números para o setor de comércio e serviços mostravam queda de

14,68% no total de desembolsos do banco. Segundo Alan Luna, gerente de comunicação do BNDES, não há motivo particular para a queda no total de aportes realizados. “O BNDES está pronto a financiar projetos consistentes quer sejam no setor de serviços, quer sejam nos setores de indústria, infraestrutura ou agropecuária”, diz. De acordo com Luna, o crescimento nacional é fator determinante para a expansão dos aportes do fomentador estatal, o que deve ser notado ao final deste ano.

“Os desembolsos do BNDES para o setor de serviços têm crescido consideravelmente, passando, nos últimos cinco anos, de aproximadamente R$ 5 bilhões para mais de R$ 27 bilhões. Tal ampliação é uma tendência em todos os setores da economia”, afirma.

Sob uma perspectiva de mudança de alocação de recursos, Luna também rechaçou a possibilidade. “Não há necessariamente essa diretriz. O Banco entende que precisa continuar a ser ator importante no financiamento de projetos, em conjunto com o mercado de crédito privado e o mercado de capitais”, explica.

Micro e pequenas empresas – Ao contrário do panorama geral, as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) do terceiro setor apresentam crescimento no ano de 2011.

Segundo dados do BNDES, os aportes realizados nas empresas voltadas para o comércio e serviços somam R$ 6,605 bilhões. O resultado é 25% superior ao registrado em 2011. O total destinado às MPMEs do terceiro setor chega a 52% do total de financiamentos realizados na área. Segundo Ricardo Menezes, diretor da Ethos Consultoria e Projetos, há uma crescente demanda de empresas nestes setores em busca de empréstimos via BNDES. “O crescimento econômico forçou as empresas a investirem”.

Segundo o consultor, as políticas do banco não mudaram, mas sim o interesse dos empresários. “Metade dos clientes que atendo veio já direcionada a tentar financiamento com o BNDES. Infelizmente as dificuldades para conseguir os empréstimos são as mesmas. O que aumentou foi o número de empresas”, diz.

Menezes afirma que entre sua carteira de clientes, até o ano de 2010, era formada basicamente por industriais, o que vem mudando durante 2011. “Até o ano passado, só atendia pessoas ligadas à indústria. Hoje, de cada 10 clientes que atendo, dois são comerciantes e um é prestador de serviços”, afirma.

Um dos problemas abordados por Menezes é a falta de garantias dadas pelos empresários do terceiro setor que atende. “Existem garantias para a viabilidade do projeto. A indústria tem mais facilidade para comprovar suas receitas, por meio da produção. Em serviços isso é mais difícil”.

Fonte: DCI

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