Um cenário mais otimista no mercado de empresas de comunicação

O relatório 2011 da International Communications Consultancy Organisation (ICCO), órgão que reúne mais de 1400 agências em 28 países associados, imprime um tom otimista sobre a situação do mercado de empresas de comunicação em todo o mundo. Após três anos de crise e crescimento moderado, segundo o documento, 2011 já mostrou resultados positivos no primeiro trimestre.


Os países do BRIC (excetuando a China, que não participa do relatório), mais uma vez experimentam uma expansão em ritmo acelerado tanto em termos de serviços oferecidos quanto em gastos dos clientes em marketing. Os resultados do Brasil, que faz parte do grupo com Rússia (+17%) e Índia, incluem um crescimento de 23% na área de consultoria de negócios, derivada do aumento da demanda por serviços de mídia sociais, comunicação interna e programas de gestão de crises.


Ciro Dias Reis, presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), comenta os resultados: “O estudo revela que os mercados centrais da Europa, além dos Estados Unidos, retomam o crescimento, depois de fortemente atingidos pela crise de 2008. E mostram também que as tendências verificadas no Brasil se repetem nos principais centros da atividade de RP. Não nos surpreende constatar que o Brasil está alinhado com as melhores práticas de comunicação do planeta e que nosso mercado não fica a dever em qualidade e profissionalização. Nosso grande desafio, agora, é valorizar a atividade cada vez mais, para que ela seja reconhecida de uma forma muito ampla como parceira de inteligência competitiva das organizações e que seja melhor remunerada.”



Na tabela que indica locais com melhores perspectivas de crescimento, o Brasil se destaca nos seguintes setores: análises e pesquisa; gestão de crise; mídias sociais; comunicação interna; media training e relações públicas. Entretanto, as agências brasileiras aparecem também no grupo com menos perspectivas nas áreas de eventos e relações com a mídia.


“Essa projeção é um retrato do nosso mercado”, afirma Ciro. “Cresce a demanda por serviços com maior refinamento, exigência de mais profissionalização. As empresas querem cada vez mais programas de comunicação que tenham valor estratégico e possibilitem um diálogo permanente com diversos públicos. Por isso, o mais tradicional de nossos serviços, que é o de relações com a mídia, tende a perder força no mercado, porque é preciso ir até as redes sociais, conversar com acionistas, com a comunidade, com o público interno”. Para o presidente da Abracom, é preciso também preparar a empresa para se comunicar. “Por isso, também ganha força o trabalho de treinamento de porta-vozes. E o monitoramento constante de todas as mídias e a análise de conteúdo ganham força em uma realidade multifacetada, em que as mensagens circulam por diversos meios, não mais apenas pela mídia tradicional.”


Como a comunicação digital está cada vez mais integrada à vida dos consumidores em todo o mundo, o panorama da mídia continua a mudar do impresso para o on-line. Os modelos de negócios estão se transformando rapidamente, e muitos profissionais de mídia têm se esforçado para se adaptar.


A análise enfatiza os cortes nas empresas tradicionais de mídia que reduziram seus quadros de jornalistas profissionais. A incerteza também criou maior rotatividade de pessoal. Para os consultores de relações públicas, ambos os fenômenos tornam mais difícil formar e manter os contatos pessoais que ajudam a gerar cobertura da mídia para os clientes.


Segundo o relatório, houve uma consolidação generalizada entre os meios de comunicação social em muitos países, apesar de mercados como o Reino Unido, por exemplo, continuarem a ser altamente fragmentados. E agora que o espaço digital tem crescido exponencialmente, surgiram novos concorrentes na batalha por conteúdo, como bloggers, provedores de internet e ONGs como o WikiLeaks.


Esse cenário, de acordo com a pesquisa, não quer dizer que a impressão tradicional e outros meios de transmissão estejam obsoletos. Eles continuam a desempenhar um papel importante e são muito valorizados pelos clientes, que os consideram um dos pilares da atividade de relações públicas nos principais mercados, como os Estados Unidos. A diferença é que esta atividade agora é complementada com novas mídias.


Dos 24 países que responderam à pesquisa, 13 estimam que entre 80% e 100% de suas consultorias de comunicação prestam serviços de comunicação digital para os clientes. Comparando com os resultados do ano passado, vale notar que as consultorias em lugares como Brasil, Eslováquia, Eslovênia e Turquia rapidamente aumentaram sua oferta digital, a fim de atender à demanda.


Das plataformas disponíveis no âmbito das comunicações on-line e digital, o Facebook domina. Em 2010, o número de usuários da rede social aumentou muito, superando o Orkut (ainda popular na Índia e no Brasil), Qzone (China), Odnoklassniki (Rússia) e MySpace.


Visto de uma perspectiva de relações públicas, o poder da mídia social tem captado a atenção dos clientes e a capacidade para atender esta necessidade constitui uma oportunidade importante para o sucesso das consultorias e agências de comunicação.


O negócio global de consultoria de relações públicas e comunicação cresceu mais forte em 2010 e está pronto para superar-se em 2011, segundo o relatório. Alguns poucos mercados ainda estão lutando para lidar com as difíceis condições macroeconômicas e menor investimento global, mas a grande maioria dos países voltou a crescer e está cada vez mais confiante em relação aos próximos meses.


Como a tendência é que consumidores continuem a adotar mais dispositivos digitais e focar sua atenção no on-line, o panorama da mídia está mudando junto com ele, criando um ambiente de comunicação dinâmico. A utilização das mídias sociais aumentou aos trancos e barrancos ao longo do ano passado, e as organizações de todos os tamanhos não querem ficar de fora. Os marqueteiros estão exigindo serviços digitais que incluem conhecimentos de mídia social, e a grande maioria das consultorias e agências estão encarando o desafio.


Em paralelo, as áreas de atuação do núcleo de comunicação corporativa, gestão de crises e relações públicas estão se expandindo. O aumento da demanda virá dos setores de energia e de saúde em particular, preveem os especialistas.


Fonte: Nós da Comunicação


http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=801&tipo=A


 

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