Responsabilidade socioambiental não é estratégica para a maioria das empresas

 


“A mudança climática é o maior desafio que a civilização já enfrentou”. A frase de Al Gore, 45º vice-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz 2007, reflete a dimensão que a questão ambiental se transformou, virando tema de segurança global. Apesar da difusão da consciência ambiental, para a maioria das empresas a responsabilidade socioambiental ainda não é estratégica. É o que mostra a pesquisa Sustentabilidade: Hoje ou Amanhã?, realizada pelo Ibope Inteligência e apresentada por Nelsom Marangoni, CEO do instituto, durante o 1º Fórum Abracom de Gestão e Comunicação Empresarial. O painel Crescimento sustentável: desafios e oportunidades foi mediado por Adhemar Altieri, diretor de comunicação da Única, e teve como anfitrião Pedro Cadina, secretário-geral da Abracom e diretor da Via News.


 


Dos 537 empresários de 381 grandes organizações que participaram do estudo, apenas 33% revelam que sustentabilidade é um componente estratégico para a organização. Apesar disso, 31% confirmam que ser responsável agrega valor à imagem da empresa. “Ter um negócio sustentável é um pensamento sistêmico. Trata-se da capacidade de atender o que é necessário hoje sem prejudicar as necessidades futuras. Mas é preciso não só entender o conceito, mas adotá-lo na prática e internalizá-lo”, analisa Marangoni. Na pesquisa, 79% dos empresários disseram que já ouviram falar de sustentabilidade. No entanto, só 41% afirmam que suas empresas têm políticas ligadas ao desenvolvimento sustentável e 37% possuem departamento ou grupo de pessoas que tratem do assunto internamente.


 


Para Marangoni, as empresas estão muito preocupadas com o lucro imediato em oposição à lucratividade com sustentabilidade, que não são incompatíveis, como demonstram estudos como os da Fundação Dom Cabral. A pesquisa do Ibope ouviu também 1 mil indivíduos e mais da metade declara que deixaria de comprar sua marca preferida se soubesse que o fabricante faz algo prejudicial à sociedade ou ao meio ambiente. Já 68% dos entrevistados têm a percepção de que pirataria é crime, mas pouco mais de 20% dizem nunca ter comprado produtos deste tipo. O CEO do Ibope acredita que as empresas só mudarão de fato quando os cidadãos decidirem realmente comprar produtos de empresas sustentáveis e o governo adotar instrumentos eficientes de regulamentação.


FONTE: Abracom

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