Anúncio e coleta seletiva têm gasto igual, diz tucano

Para fazer uma campanha publicitária de 20 dias – iniciada no final de março – com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da taxa do lixo, a Prefeitura deve gastar cerca de R$ 1 milhão. Os dados são da Secretaria de Comunicação e Informação Social. De acordo estudo feito pela assessoria do vereador Roberto Tripoli (PSDB), é uma cifra semelhante à que foi gasta com coleta seletiva nos anos de 2001 e 2002.



Pelo levantamento do tucano, feito com base no Serviço de Execução Orçamentária (SEO) da Câmara Municipal, a Prefeitura empenhou (prometeu gastar) R$ 377,2 mil com o item coleta seletiva em 2001; em 2002, esse valor foi de R$ 709,2 mil, totalizando R$ 1,08 milhão. "Os números provam que a prefeita está mais preocupada em gastar com propaganda do que com coleta seletiva", disse o vereador.



A Secretaria de Serviços e Obras (SSO) não soube informar se os valores que constam do orçamento se referem apenas à coleta seletiva realizada de porta em porta pela Prefeitura, hoje restrita a algumas regiões da cidade. Mas alegou ter gasto no serviço mais do que o apontado no levantamento do tucano. De acordo com a assessoria, em 2002 foram gastos cerca de R$ 2 milhões com coleta seletiva, principalmente nas centrais de triagem da Mooca e da Sé – que recebem materiais de catadores ou entrega voluntária -, compra de máquinas, equipamentos e contêineres.



A campanha publicitária da Prefeitura inclui comerciais na tevê, rádio e anúncios de jornal, e deve se estender até dia 14 ou 15 deste mês, segundo o secretário de Comunicação, José Américo Dias. "Além de conscientizar a população sobre a importância do pagamento, as mensagens tratam do problema da capacidade dos atuais aterros sanitários e da importância da coleta seletiva."



Ontem pela manhã, em entrevista a uma rádio, a prefeita Marta Suplicy (PT) disse que é uma vergonha a cidade não ter coleta seletiva de lixo até hoje porque não houve dinheiro para fazer. E prometeu que, com a cobrança da taxa do lixo, a população terá uma coleta seletiva senão total, ao menos em boa parte da cidade. "Poderia cruzar os braços e dizer o lixo que se dane, e daqui a três anos explodir tudo. Mas resolvi enfrentar o problema".
FONTE: Jornal da Tarde

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