A comunicação é a chave da motivação – É preciso “vender” sua visão do negócio

Com a globalização, o foco da empresa deixou de ser o produto e passou a ser o cliente externo e interno. As pessoas são o grande fator que faz a diferença na concorrência entre as organizações.



Qualidade é essencial. Pessoas qualificadas precisam de liberdade, autonomia e uma boa dose de idealismo para se motivarem, serem criativas e comprometidas com os objetivos das organizações em que trabalham.



Desde os anos 90, motivação, alinhamento e comprometimento com os objetivos organizacionais são os atributos desejados em todas as organizações. Infelizmente, hoje a realidade tem demonstrado que esses atributos são mais desejados do que alcançados.



Por quê? Estamos vivendo uma realidade em que, apesar de todas as campanhas de qualidade de vida, é comum encontrarmos nas empresas pessoas frustradas, comprometidas apenas de fachada com os valores das empresas que trabalham e com permanente receio de perder o emprego. Com toda a informação que existe no mercado de administração, todos sabem que a motivação é o carro chefe para o alinhamento e o comprometimento. No entanto, as políticas de recursos humanos para a motivação, voltadas para a qualidade de vida e planos de benefícios, muitas vezes não têm surtido o efeito desejado.



Não tem sido suficiente chamar os empregados de colaboradores ou talentos, incluí-los em programas de qualidade de vida e de trabalhos voluntários para que, como cidadãos, experimentem no trato com as pessoas e no companheirismo de sessões de relaxamento o estímulo que os motivem e os comprometam com os objetivos da organização a que pertencem.



Como, então, conseguir empregados motivados? Para que uma organização tenha empregados motivados, ela precisa " vender " sua visão de negócio. O compromisso só acontece quando o empregado compartilha dessa visão e o crescimento da empresa significa o seu próprio crescimento.



O instrumento por excelência para que isso aconteça é a Comunicação. Não apenas essa comunicação própria do Sistema de Comunicação Administrativa da empresa e que se desenvolve no sentido vertical e horizontal da estrutura organizacional através de processos, ordens, relatórios e reuniões formais.



O necessário é a conversa diária. É a troca de idéias. O respeito pela opinião. É a transparência. A clareza de intenções. A mão estendida para dar o apoio necessário, no momento certo.



É para isso que os gestores devem estar voltados. Mesmo que não tenham conseguido fazer isso nas suas famílias, estão obrigados a fazer em suas empresas se querem sobreviver e crescer. Essa é a comunicação que realmente faz a diferença. É uma estrada de mão dupla. É aquela que nunca desrespeita. Que convence e às vezes é convencida. Que reconhece erros e se dispõe a consertá-los. Que dá a mão à palmatória.



E não se vangloria de uma opinião conquistada e nem escarnece da ignorância quando a encontra, mas pelo contrário procura transformá-la em conhecimento.



Enfim, a receita mágica é: falar, falar e falar… Escutar, escutar e escutar… Desta forma os empregados, sejam chamados de colaboradores ou talentos, se engajam nos planos e programas da empresa, colaborando com o seu conhecimento e aprendendo com o conhecimento dos colegas. Desta forma todos crescem e fazem com que a empresa cresça junto.



*Maria Ignez Prado Lopes Bastos é diretora da MTB Assessoria Organizacional


FONTE: Valor Econômico

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