Jornalista, convidado da Assembléia Geral da Abracom,
fez análise do futuro da mídia no Brasil e no mundo
O jornalista Caio Túlio Costa foi o convidado especial da Associação Brasileira das Agências de Comunicação – Abracom no encontro que marcou o encerramento da Assembléia Geral dos Associados. Falando a uma platéia de mais de 80 profissionais de comunicação, sócios e executivos de agências, o jornalista, que foi um dos expoentes do projeto Folha, nos anos 80 e 90, além de fundador do UOL, deixou aos presentes no auditório do Spazio JK uma série de dúvidas e questionamentos sobre o trabalho de comunicação.
Caio Túlio fez uma análise do cenário atual da mídia, no Brasil e no mundo, destacando a forte concentração de poder dos principais grupos internacionais de mídia. Segundo Costa, o mundo da comunicação vive hoje “a pré-história de uma grande revolução, provocada pelas novas tecnologias e que ainda é uma incógnita para a maior parte dos atores envolvidos nos processos de produção e veiculação de informações pelo mundo afora”.
Para Caio Túlio Costa, que também é professor de Ética na Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo, os maiores grupos de mídia deveriam estar na vanguarda da revolução tecnológica. Mas, segundo ele, “com raras exceções, patinam diante da necessidade que sentem em salvar os modelos tradicionais de veiculação, especialmente o jornal impresso e a TV.”
Diante dessa paralisia, ressaltou Caio, o público deixa gradativamente de consumir a mídia tradicional. O jornalismo, em busca desse público que foge, se torna “ligeiro, superficial e barato. Aumenta sua perspectiva ideológica, substitui a investigação pela opinião e limita o campo da cobertura de notícias”, afirmou com base em estudo publicado no site www.journalism.org, que analisa o quadro atual da mídia norte-americana.
Em paralelo, novas formas de produção de informações, como blogs, se multiplica, mostrando que o próprio público é capaz de gerar notícias. Isso provocar uma explosão de espaços de veiculação, muitos dos quais sem qualquer credibilidade, mas com grande repercussão e audiência.
Para o jornalista, a mídia tradicional deve acelerar o processo de compreensão dessa revolução tecnológica, sob pena de ter seu negócios suplantado por empresas de outros setores da economia, que já invadem a seara dos grupos que dedicam-se prioritariamente a essa atividade.
FONTE: Abracom