JULIANA CARPANEZ da Folha Online Foi assim com os blogs. Os diários virtuais se popularizaram entre os internautas para então serem vistos como “sérios” por empresas e grupos de mídia. Nesta mesma onda, os podcasts –arquivos de áudio veiculados pela internet– entraram no universo corporativo como uma nova ferramenta de relacionamento entre empresas e clientes. As marcas de cerveja Kaiser e Heineken, além do resort Costão do Santinho e da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) estão entre as organizações já adeptas a este tipo de mídia, que concretiza o ideal de toda campanha publicitária: falar diretamente com seu público-alvo. A idéia é utilizar esta solução para estreitar o relacionamento com os consumidores, fazendo com que eles se identifiquem com aquela marca, produto ou serviço. “Essa alternativa tende a se fortalecer conforme as companhias perceberem que podcasts geram negócios”, afirma Olavo Pereira Oliveira, diretor de conteúdo da produtora Podcasting Brasil. Diversidade Quem torce o nariz pensando que programas corporativos falam somente sobre seus patrocinadores devem ficar atentos a algumas alternativas produzidas no Brasil. O PodTur, patrocinado pelo resort Costão do Santinho, por exemplo, tem notícias e entrevistas voltadas para a área de turismo. As novidades sobre o estabelecimento –como visitas de famosos– são “diluídas” durante a programação. Já o podcast da Heineken dá prioridade às músicas. Semanalmente, um DJ convidado faz uma seleção de sons eletrônicos que são disponibilizados para os internautas cadastrados na página www.heinekenmusic.com.br. “Os podcasts têm infinitas possibilidades de formatos”, diz Oliveira. Além dos exemplos já citados, empresas podem criar para seus funcionários programas que falam sobre estratégias de negócios. Ou, ainda, profissionais de setores muito segmentados ganham espaço para discutir assuntos ligados às suas áreas –dificilmente uma rádio teria um programa voltado somente a ortopedistas, por exemplo. Outra vantagem citada pelos entusiastas do podcast é o fato de o ouvinte não ficar preso aos horários de veiculação –os arquivos são baixados da internet e, por isso, podem ser ouvidos a qualquer hora via computadores ou toca-MP3. No cenário ideal desta nova tendência, um usuário pode ouvir programas sobre saúde em seu tocador portátil enquanto faz exercícios na academia. Ou, ainda, um acupunturista acessa arquivos de áudio sobre este assunto dentro do avião, enquanto viaja para um congresso de medicina alternativa. fonte: Folha de S.Paulo 20/02/2006
FONTE: Folha de S.Paulo