Historicamente reservada e prolixa, a instituição quer melhorar o seu relacionamento com a imprensa e usar cada vez mais o rádio e a TV para se aproximar da população.
Imprensa e Judiciário sempre tiveram relações complicadas, de estranhamento. A imprensa nunca foi capaz de transmitir com clareza para a sociedade como funcionam, no Judiciário, suas virtudes, suas falhas. Este, por sua vez, desde a proclamação da República tem se mantido um tanto à distância da sociedade, como diz o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Edson Vidigal.
O Judiciário é um dos pilares da democracia, mas nos últimos tempos tornaram-se cada vez mais comuns as queixas da sociedade a seu respeito, em especial sobre a morosidade com que os processos são julgados. Mais do que isso: espalha-se pelo país a falsa idéia de que a Justiça não funciona e favorece os mais fortes. Fala-se em Reforma do Judiciário, mas a sociedade mal sabe qual é o seu real significado e em que será beneficiada. Há muito ruído na comunicação entre a Justiça e a sociedade. E, por causa desse ruído, muita incompreensão.
Imprensa foi ouvir as figuras mais representativas do Judiciário para debater essas questões. Um dos nossos entrevistados é o recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Nelson Jobim. Jurista de renome, teve papel decisivo como deputado constituinte em 1988, foi Ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e por este foi nomeado para a mais alta corte do país.
Apesar da simpatia e da prontidão em responder a todas as perguntas, Jobim não consegue esconder uma certa irritação com a postura da imprensa ou, pelo menos, de parte dela. Matéria quente, que dá manchete e ganha destaque na televisão é só aquela que gera conflito, briga e escândalo, alfineta. E os jornalistas, segundo ele, bem que podiam fazer um esforcinho para entender melhor os meandros e a linguagem do Judiciário, a fim de evitar informações distorcidas aqui e ali. Da parte do STF, ele dá garantia de transparência absoluta na relação com a imprensa.
Outro entrevistado, o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ministro Edson Vidigal, nos fez um relato detalhado sobre os esforços que o Judiciário está empreendendo para se comunicar melhor com o país, relacionado-se com mais eficiência com a imprensa, inclusive.
Percebem-se as mesmas intenções na entrevista do Desembargador Cláudio Baldino Maciel, presidente da Associação dos Magistrados do Brasileiros, a maior do mundo, que tem 16 mil filiados e congrega 16 associações regionais. Finalmente, o juiz Getúlio Corrêa, diretor da Escola Nacional de Magistratura, órgão da AMB voltado para a formação dos membros da instituição, nos dá uma rápida visão da estrutura do Judiciário, sempre útil para os jornalistas que quiserem escrever a respeito do assunto.
Ministro NELSON JOBIM – "Cada um tem que fazer o seu trabalho"
Nesta entrevista a Taísa Ferreira, o novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Nelson Jobim, deixa claro que não se deve esperar dele declarações polêmicas, embates políticos. Segundo ele, quem pode opinar sobre políticas públicas é quem foi votado, eleito. E, na sua opinião, o STF tem que ser notícia, sim, mas não a pessoa do seu presidente.
Ministro Edson Vidigal – ?Vamos dar um grande salto de comunicação?
Recém-escolhido para o cargo, nesta entrevista a Luiz Roberto Serrano, o presidente do Superior Tribunal de Justiça diz que é possível melhorar o relacionamento entre a imprensa e o Judiciário, fala dos investimentos que o STJ está fazendo para se comunicar melhor com o público, se declara a favor da súmula vinculante, desmistifica o controle externo da instituição e defende a liberdade de imprensa.
Desembargador CLÁUDIO BALDINO – ?A matéria jurídica não é fácil, é técnica, árida?
Há dois anos e meio em Brasília, o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, conduz a maior entidade desse tipo no mundo ? a AMB tem 56 associações e quase 16 mil juízes filiados. Nesta entrevista a Taísa Ferreira, Baldino insistiu na tese de que é preciso afastar o fantasma do corporativismo, combater o nepotismo e aproximar o Judiciário da sociedade. Insistiu, ainda, na necessidade de um maior entendimento entre juiz e jornalista, que têm, na opinião dele, um bom pé atrás um com o outro.
Juiz GETÚLIO CORRÊA – ?Não há hierarquia no Judiciário?
O Juiz Getúlio Corrêa, diretor presidente da Escola Nacional de Magistratura, ligada à Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), fala nesta entrevista a Sinval de Itacarambi Leão, sobre a competência dos tribunais, dá explicações sobre o seu funcionamento e diz que a imprensa escrita cobre o Judiciário melhor que a TV.
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FONTE: Revista Imprensa