Novas necessidades de comunicação

O número de agências de comunicação cresceu cerca de 150% nos últimos dez anos. Estima-se que hoje as empresas do setor sejam mais de mil em todo o País e movimentem R$ 700 milhões por ano. Anualmente, a oferta de postos de trabalho neste setor aumenta em média 10%. As empresas mudaram e passaram a demandar múltiplas competências dos profissionais que empregam, tornando-se opção atraente e promissora no mercado de trabalho.    

   

Esse crescimento não decorreu da retração no mercado publicitário, mas de mudanças no posicionamento das empresas e instituições na sociedade, que exige maior transparência. Por conta disso, surgiram novas necessidades de comunicação, às quais as agências responderam prontamente, ampliando e sofisticando seus serviços. Já se consegue discernir com clareza as diferenças entre atividades de comunicação corporativa e de marketing, áreas complementares e não conflitantes e com caminhos próprios a percorrer.    

   

No Brasil, como nos mercados norte-americano e europeu, a comunicação passou a ser vista como ferramenta estratégica de negócios. Os executivos das corporações estão conscientes da necessidade de um planejamento que envolva a comunicação com os diferentes públicos de interesse, inclusive a mídia. Despertaram para as vantagens financeiras de se investir em uma comunicação eficiente e para o fato de que a construção de uma boa reputação corporativa e de marcas fortes serve de credencial para mercados interno e externo, com reflexos positivos sobre os negócios.    

   

Para atender esta demanda, o perfil das agências mudou. Anteriormente, eram conhecidas como assessorias de imprensa e se limitavam a intermediar os contatos da imprensa com seus clientes. Hoje trabalham com um conceito mais amplo: o da comunicação integrada. Ou seja, pensam a comunicação como um todo e adaptam sua linguagem aos vários interlocutores.    

   

As perspectivas de desenvolvimento do setor se ampliaram com a criação da Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação). Uma das bandeiras da entidade tem sido romper a barreira cultural dos governos de associar a contratação das agências de comunicação às licitações e recursos destinados às agências de propaganda. Gestões foram realizadas junto às diferentes esferas governamentais e, a título de contribuição, foi elaborado um modelo de licitação para a contratação direta das agências de comunicação.   

   

Durante seu primeiro ano de atividades, a associação reuniu as afiliadas – 80% das agências mais representativas do País – para debater temas como tratamento a informações sigilosas, conduta em concorrência, prática de preços, relacionamento com o cliente e a imprensa, entre outros. Assim, foi elaborado o primeiro código brasileiro de ética empresarial para o setor.    

   

O fortalecimento do setor e o aprimoramento das agências tornam-se cruciais em razão das mudanças de mercado que poderão acontecer, por exemplo, com a entrada do Brasil na Alca. Este redesenho colocará em pauta a abertura do setor de serviços e ampliará a concorrência com as agências internacionais de relações públicas. kicker: Alca ampliará a concorrência com as agências internacionais de relações públicas (Gazeta Mercantil/Caderno A3)(João Rodarte – Presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom).   

   

(*) Presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação e da CDN-Cia de Notícias.   


FONTE: Gazeta Mercantil

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