A Gazeta do Povo, principal jornal do Paraná, explicou aos associados da Abracom quais estratégias utilizou para isso, além de ferramentas dentro dos conceitos mobile e subscription first.
"As pessoas pagariam por notícias digitais?", com esta questão Guilherme Pereira, presidente do GRPCOM, começou o evento “Bate-papo com a nova Gazeta do Povo”, na sede da Abracom, em 03 de maio. Na mediação, Claudia Vassallo, diretora de relações institucionais – setor privado da entidade e CEO da CDI.
Para a transição do jornal, o modelo de negócios foi pensado apenas digital e a partir da montagem de planos de assinatura. “A questão de deixar de ser papel para online foi secundária. A iniciativa partiu da busca por um modelo de gestão do futuro”, conta Pereira.
Segundo o executivo, antes o canal precisava ter um conteúdo de qualidade, já hoje é necessário ter excelência e tecnologia. “A estratégia do veículo foi criada em função da missão da empresa, tendo como ponto central seu posicionamento. Afinal, somos um jornal que não tem medo de expor sua opinião”, destaca.
Um ano e meio para mudar tudo
"A meta é fazer a transição completa do jornal para o digital em um ano e meio, investindo em excelência de conteúdo e tecnologia", diz Guilherme. E, para isso, toda a estratégia passa a ser pensada do mobile para os demais meios, de acordo com Leonardo Mendes Jr., diretor de redação do veículo.
Além disso, atrair o público para assinatura de um jornal apenas on line exige táticas diferenciadas. O Gazeta do Povo adotou o uso de ‘âncoras de conteúdo’. “São personalidades do meio. Um exemplo é o jornalista Ricardo Amorim. Ele gravou um vídeo para o canal, o que mostra um ambiente multiplaforma”, explica Mendes Jr.
Dentro deste conceito, o time do veículo está sendo reforçado e novas ferramentas adotadas. “Criamos o Ranking de Influência, um estudo de engajamento diário, que busca dados no Facebook e no Twitter e, uma pesquisa qualitativa e quantitativa para medir o impacto do jornalismo”.
Leonardo, ainda, aborda a criação de um mapa de calor para eleger as matérias da capa, mantendo as que estão “quentes” em destaque. “Tal mecanismo também para posicionar os editores com relação aos resultados”.
Do foco em publicidade para o foco em conteúdo
"O jornal tinha 70% da renda que provinha da publicidade e 30% de assinaturas. Hoje, somos uma empresa de assinaturas", destaca Ana Amélia, diretora da Unidade de Jornais do canal.
A própria publicidade também mudou de formato. Dos anúncios em página inteira, meia página, dupla… para branded content e banner. “Para elaboração deste modelo de negócios fizemos muito benchmarking internacional. E a transição do impresso aconteceu porque o público se tornou digital, é um pedido dele, independentemente da idade que possua, e estamos atendendo”, conclui.