Vamos falar sobre diversidade? Confira artigo de associada Abracom

Por Daniela Barbará *

Sempre que penso no tema vejo que temos uma jornada para aprendermos a tratar do assunto do ponto de vista da comunicação, educação e da vida mesmo. Os papas da publicidade não conseguem definir o que devem, ou não, fazer para que o comercial de margarina (com a família branca formada por pai, mãe, filho e filha) atinja mais pessoas e ao mesmo tempo não seja considerada como politicamente incorreta. O mesmo vale para a gostosona de biquini no anúncio da cerveja; inúmeras pesquisas indicam cada vez mais que as mulheres compram as suas próprias cervejas.

Nas relações de trabalho, as discussões sobre diversidade começam pelo básico, ou seja, a sua própria definição. Afinal, o que é diversidade? Quando trazer o discurso para o ambiente corporativo? Há diversidade dentro das empresas? Os departamentos de Recursos Humanos buscam conselheiros e boa e atual literatura para lidar com a inserção das minorias em seu dia a dia de forma mais suave possível; ao mesmo tempo que buscam a equiparação salarial para mulheres, a igualdade para que os negros não sejam considerados apenas a ‘working class’, a inserção no mercado formal de trabalho de transgêneros; além de alocar e integrar os portadores de deficiência nos quadros de funcionários.

As multinacionais saem na frente ao levantar a bandeira da diversidade.  A Nike apresentou sua campanha celebrando a carreira do atleta norte-americano Chris Moiser, primeiro transgênero a ingressar a equipe masculina dos EUA. Enquanto isso, no Dia da Mulher, a L’Oréal Paris escalou a modelo trans Valentina Sampaio como representante feminina da marca. Por aqui, o Boticário fez a campanha intitulada “Um dia dos namorados para todas as formas de amor” especialmente para o Dia dos Namorados com vários tipos de casais. E será que o meio acadêmico sabe como tratar alunos em salas de aula que se intitulam transgêneros? A inclusão da simples arroba no lugar da vogal a resolve?

Ainda temos muito que avançar – abandonando o discurso da boca para fora – e entender sobre a questão título, nos libertando de rótulos e nos despindo dos nossos próprios preconceitos, para conseguir enxergar as mudanças que já estão acontecendo e que ainda virão nas próximas gerações.  Precisamos abrir nossos olhos – e especialmente os ouvidos – para entender o que eles sentem e querem. A melhor forma de compreender como o outro se sente é se colocando no lugar dele com  humildade, propósito e, acima de tudo, cabeça aberta para realmente acreditar em mudanças nos relacionamentos (entre pessoas, empresas, marcas etc.) que busquem um bem maior da comunidade, trazendo novas atitudes e comportamentos para dentro das relações humanas dos negócios.

E você, está preparado para falar sobre diversidade?

* Daniela Barbará, da Evcom, é coordenadora do Grupo de Trabalho de RH da Abracom e atua há 20 anos com comunicação corporativa. Vive também na pele diariamente o que é administrar diversidade, preparando seus clientes para lidar nas mais diversas situações
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *