Comunicação interna desenvolve empresas?

 


Márcia Martins


 


Priorizar o público interno na comunicação é dar ao funcionário a oportunidade dele saber o que se passa


 


Ainda com um investimento tímido na área, as empresas estão percebendo a necessidade do trabalho. Uma pesquisa do DATABERJE, de 117 companhias classificadas entre as 500 maiores empresas publicadas pela revista Exame, em 2005, os investimentos mais aplicados em comunicação interna, por 29,9% das empresas, está entre 500 mil e 1 milhão de reais, sendo que a faixa de investimento mais comum está abaixo de 1 milhão de reais ao ano, significando 58,1% das empresas, e o destaque para 17,9% que representa as que não quiseram indicar seu investimento.

Priorizar o público interno na comunicação quer dizer dar ao funcionário a oportunidade dele saber o que se passa na empresa, antes mesmo da informação chegar ao mercado. É mantê-lo informado de tudo, engajado, disposto e comprometido.

Relacionar-se com seu funcionário é uma lição de casa para que ele tenha primeiramente sua opinião formada sobre a empresa e seus produtos e serviços que estarão sendo levados para o consumidor. Consumidor que é exigente cada vez mais por ver suas necessidades atendidas, mas que também quer perceber seu investimento aliado a uma empresa valorizada no mercado. Como exemplo, percebemos a multiplicação de produtos nas prateleiras dos supermercados com a assinatura de um projeto social. Mesmo não sendo um exemplo voltado para o funcionário, ele serve pra mostrar uma das ações de uma empresa que agrega valor e traz competitividade natural. E o projeto social poderia ser também um voltado para o público interno, por que não?

O grupo interno é o primeiro público de qualquer empresa a ser trabalhado, pois tudo depende dele. E seu depoimento positivo também traz competitividade, o diferencial entre produtos e serviços.

Como o acionista verá suas ações valorizadas, se a empresa não tiver pessoas trabalhando satisfeitas, de forma a fluir melhor a criatividade, desenvolvê-las diferentemente da concorrência, a produzir melhor que todo o mercado?

Numa visão ampla da comunicação, vemos, também, que não adianta favorecer somente as médias e altas hierarquias porque este cast não trabalha sem o funcionário de base. É tudo como uma corrente e seus elos. Elos ainda que se formam entre os departamentos para se chegar a uma boa carga de matéria-prima para fazer dos funcionários formadores de opinião de sua empresa. Falo do elo da comunicação com todos os departamentos, especialmente com o de recursos humanos, para o direcionamento de serviços e de análise da gestão de uma política interna em prol de todos que trabalham.

Será que os seus funcionários hoje vão confirmar para a sociedade que a política da empresa é de transparência e de comprometimento com aquilo que ela está dizendo? Nesta época em que o boca-a-boca é mais valorizado do que nunca, desprezar a opinião de quem está dentro de casa não é a melhor estratégia. A melhor é acreditar que a comunicação interna pode desenvolver, e muito, qualquer empresa.


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Márcia Martins é Relações Públicas e gerente de Relações Institucionais e de Novos Negócios da VSM Comunicação


 


Fonte: Jornal O Povo (Fortaleza) – 10/05/2008


FONTE: VSM

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