“Valorizar o trabalho das agências e abrir novos mercados é objetivo da Abracom em 2007”

O presidente da Abracom, José Luiz Schiavoni, conversou com secretário-executivo da entidade, Carlos Henrique Carvalho. Nesta entrevista, ele faz um balanço das ações em 2006 e projeta as principais linhas de trabalho da associação no próximo ano.


 


 


· Quais os principais destaques da Abracom em 2006?


 


 – Foi um ano muito intenso. Tivemos o processo eleitoral, que sempre demanda tempo e articulação. Chegamos ao segundo processo sucessório na história da Abracom e foi possível compor uma diretoria que mantém o espírito de representatividade nacional e de equilíbrio entre empresas dos mais variados portes e perfis.


 


 É preciso também destacar aqueles diretores, coordenadores de grupos de trabalho e associados que dedicam muitas horas de seu trabalho, ao longo do ano, para atividades da Abracom. É uma prática consensual da diretoria que cada um de seus integrantes banque suas próprias despesas em viagens ou almoços de trabalho quando estão representando os associados. É importante ressaltar essa prática, pois ela tem sido fundamental para conseguirmos desenvolver as atividades mesmo com um orçamento limitado.


 


Neste ano, consolidamos as diretorias regionais e comissões estaduais. Foram realizados cursos e atividades em Pernambuco, Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Belo Horizonte, Pará e o Congresso Norte-Nordeste de Comunicação Empresarial, realizado em Natal, no Rio Grande do Norte.


 


Mudamos a sede da Abracom para um espaço maior e já foi possível inaugurar o Centro de Capacitação Ivandel Godinho Júnior, com o primeiro curso realizado em novembro. Este é um marco para o desenvolvimento das atividades de formação e aperfeiçoamento dos empresários e dos profissionais do setor.


 


A Abracom também direcionou suas preocupações para obter junto ao poder público maior abertura para a contratação de agências de comunicação. Fez gestões junto aos parlamentares para obter avanços na legislação que disciplina as concorrências. E batalhou para tentar incluir o segmento nos benefícios do super simples. Assim como outros setores empresariais – e aqui destaco o sistema S, com o SESC, SENAC, SESI e SENAI, por exemplo – não foi possível romper a barreira interposta pela Receita Federal. Mas é uma luta permanente, que terá continuidade no próximo ano.


 


· Neste ano a Abracom desenvolveu com a ECA/USP um projeto que pode ser um modelo para os cursos de comunicação em todo o país?


 


Exatamente. Temos uma forte preocupação com a formação dos jovens profissionais. E entendemos que o mercado tem muito a contribuir com as faculdades. E a Escola de Comunicações e Arte da USP, a mais tradicional do país, é nossa parceira no desenvolvimento do LAC – Laboratório Agência de Comunicação. Trata-se de um projeto em que agências associadas participam com recursos financeiros ou supervisão profissional. E acompanham o trabalho de estagiários. O LAC é a agência de comunicação modelo que atende a própria ECA em suas necessidades de comunicação. Em pouco mais de seis meses de trabalho foram implantados novos boletins de comunicação interna. E feita toda a comunicação do Prêmio USP e das comemorações dos 40 anos da ECA.


 


· No campo institucional, qual tem sido a preocupação da Abracom?


 


Nosso objetivo é sempre abrir novos campos de trabalho para as agências. Então, pautamos nossas atividades nesse campo pela necessidade de divulgar o setor. Atendemos a todos os convites para palestras, propomos atividades a entidades de outros segmentos empresariais e estamos presentes em debates, congressos, mesas redondas.  E no segmento de comunicação, temos canal aberto com as entidades irmãs, como a Aberje, a ABA e a Intercom.


 


· O ano foi marcado pela polêmica em torno das questões de regulamentação profissional no setor de comunicação. Como a Abracom tem se posicionado a respeito desse tema?


 


Nossa posição é clara e tem se tornado pública sempre que somos chamados ao debate. A Abracom entende que o mercado já tomou sua posição ao compor equipes de trabalho, seja nas empresas ou nas agências, que são multidisciplinares. Então, pautamos nossa ação pela defesa de um mercado de trabalho que tem espaço para os mais variados perfis profissionais, sem demérito para qualquer um deles. Relações públicas e jornalistas são fundamentais para o nosso trabalho e constituem a imensa maioria desses profissionais nas agências. Mas há necessidade de uma visão mais ampla e muitas vezes um determinado cliente ou serviço pode demandar profissionais dessa área. Nosso apelo é para que as entidades do setor cheguem a um consenso de valorização da atividade profissional, pois o encastelamento em uma posição corporativista pode ser extremamente desgastante para todos.


 


· Desde o início do segundo semestre, o Sinco – Sindicato Nacional das Empresas de Comunicação Social – tem sede conjunta com a Abracom. Qual a importância dessa parceria?


 


Em praticamente todos os segmentos da economia, os sindicatos empresariais e as associações setoriais trabalham de forma conjunta. Cada um com suas ações específicas. Hoje, dividimos a sede com o Sinco. Mas nossa parceria é mais ampla. Queremos justamente agir de forma complementar em defesa dos temas mais relevantes para o nosso mercado. O presidente do Sinco, Luiz Roberto Serrano, é nosso presidente do Conselho de Ética. E estamos alinhados para atuar de forma coordenada, para termos melhores negociações sindicais, de um lado, e a defesa de um mercado mais profissional e valorizado, de outro.


 


· Quais as principais linhas de ação da Abracom para 2008?


 


Vamos justamente apostar na divulgação mais ampla do mercado. Ainda há muito espaço a ser conquistado pelas agências. E ter potenciais clientes mais informados sobre como funciona nosso mercado, quais as soluções de comunicação que ele encontrará nas agências. Para isso, as palestras e os nossos cadernos de comunicação organizacional – que em 2007 terão mais um título, desta vez sobre comunicação interna – são ferramentas importantes. Vamos usar do nosso principal atributo, a comunicação, para fazer chegar aos públicos de nosso interesse a informação sobre o mercado de comunicação corporativa.


 


Vamos realizar os tradicionais Encontros de Comunicação Corporativa, que já entram no seu quarto ano, com o fundamental apoio da PR Newswire do Brasil. Apostamos no desenvolvimento de comissões estaduais na região Sul e também de uma forte articulação dos associados da Bahia e do Rio de Janeiro. Vamos trabalhar com um orçamento regionalizado, que vai permitir aos diretores mais autonomia para desenvolver eventos e atividades locais. O Centro de Capacitação será consolidado, com atividades mensais nas áreas de gestão empresarial e capacitação profissional.


 


Temas importantes, como práticas anti-spam, identidade empresarial e políticas de recursos humanos estarão no centro de nossos grandes eventos neste ano. E, para finalizar, vamos continuar nosso trabalho de filiações e articulação dos associados. Temos 252 agências e vamos trabalhar para que possamos superar a marca de 300 filiados ainda no primeiro semestre. Termos uma entidade forte e representativa é o nosso objetivo permanente.


FONTE: Abracom

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