Nunca estivemos tão representados

por Daniel Bruim*


Apesar da derrota da chapa de oposição na recente eleição do Conferp, foi salutar o debate que se criou em torno do pleito e, principalmente, sobre os rumos que a profissão de RP pretende tomar no Brasil. A lamentar apenas declarações de um diretor da entidade, que disse preferir uma eleição de “uma chapa só, que seria mais saudável”. Esta posição denota a visão “democrática” que ainda predomina em algumas hostes da instituição. Destaque negativo também para o atual presidente do Conferp, que enviou comunicado aos associados alertando sobre o perigo representado pela presença de “entidades estranhas” à categoria na chapa de oposição, referindo-se a membros ligados à Aberje e à Abracom. Dispensa comentários.


De qualquer forma, esta rumorosa eleição também trouxe à tona a constatação de que provavelmente nunca o mercado brasileiro de comunicação empresarial teve tantas entidades representativas. No que pesem as inclinações sectárias de algumas, a maioria apresenta-se como legítimas representantes das forças que compõem a categoria.


 


Há, em primeiro lugar, a Aberje, a mais articulada e organizada, que procura colocar sob seu guarda-chuva todas as correntes e tendências. A Abracom justifica a necessidade de sua existência ao arregimentar as agências de comunicação em um projeto de entidade que, se ainda passa por uma fase de consolidação, já se apresenta ao mercado de forma competente.


 


Adicione-se o trabalho interessante da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) em seu comitê de comunicação corporativa, com debates permanentes e uma proposta de participação aberta e democrática. A Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) já coloca em andamento seu comitê de assuntos corporativos, e o Laboratório Integrado de Marketing e Cultura (LIMC), da ECA-USP é sempre um depositário de idéias e iniciativas da categoria. O mundo do RP, além do Conferp, tem os conselhos regionais (Conrerps) e a Associação Brasileira de Relações Públicas.


 


Como se vê, não faltam entidades para nos representar. O que está faltando, na verdade, é que elas passem a atuar de forma conjunta e adotem uma postura comum frente aos desafios colocados à categoria.


 


*Daniel Bruin é jornalista com 18 anos de experiência nas redações de veículos como IstoÉ, Jovem Pan, Guia 4Rodas e Gazeta Mercantil. Possui pós-graduação em Jornalismo na Universidad de Navarra (Espanha). Há cinco anos atua na área de comunicação corporativa. Atualmente é gerente de imprensa da Nestlé Brasil.


 


Fonte: Jornal da Comunicação Corporativa


FONTE: JCC

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