Um sopro de esperança para os RPs


Por Daniel Bruin*


 


Os heróicos leitores que acompanham semanalmente esta coluna certamente já leram sobre os dilemas que atormentam a profissão de RP. Um dos mais funestos refere-se à regulamentação da atividade e sua conseqüência nos outros segmentos da cadeia de comunicação corporativa. Mas, alvíssaras, em poucos dias algo pode acontecer na área e significar profundas mudanças neste quadro desanimador.


 


Na próxima terça-feira, 10 de outubro, haverá eleições no Conselho Federal de Relações Públicas (Conferp), e um pleito sempre é uma valiosa oportunidade para a discussão de idéias e soluções. A chapa de oposição vem com uma proposta de mudança no atormentado status da profissão, propondo uma flexibilização na postura corporativa da entidade. Composto por representantes de entidades representativas como Abracom (Gisele Lorenzetti) e Aberje (Izolda Cremonine), o grupo propõe uma radical alteração na relação com o restante do mercado.


 


O grande problema, porém, reside na draconiana legislação que regula as atividades do RP, promulgada no auge da ditadura militar e que ainda hoje assombra os que lutam pela evolução do mercado de comunicação empresarial como um todo. Mesmo a atual diretoria do Conrerp – que possui muitos componentes da chapa que concorre à reeleição – já se declarou publicamente a favor de uma mudança na legislação, e há projeto de lei tramitando no Congresso para revisar o descalabro. Esta eleição pode ser uma ótima oportunidade de trazer o assunto à tona e acelerar a aprovação do projeto ainda nesta legislatura, para que não se perca mais tempo com a questão.


 


Independente de quem seja a chapa vencedora, não deixa de ser um sopro de esperança saber que há uma movimentação para desengessar a atividade de RP e trabalhar por seu desenvolvimento e reconhecimento de uma nova forma, mais aberta ao diálogo e à colaboração com outros setores do mercado e, principalmente, sem a ameaça de um incômodo sectarismo.


*Daniel Bruin é jornalista com 18 anos de experiência nas redações de veículos como IstoÉ, Jovem Pan, Guia 4Rodas e Gazeta Mercantil. Possui pós-graduação em Jornalismo na Universidad de Navarra (Espanha). Há cinco anos atua na área de comunicação corporativa. Atualmente é gerente de imprensa da Nestlé Brasil.


Fonte: Jornal da Comunicação Corporativa


FONTE: JCC

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