O desafio da comunicação interna nas empresas e organizações

A comunicação face a face é uma forma de valorizar o funcionário e de prestigiar o interlocutor



Comunicação interna, a importância de se ficar cara a cara



Muito se tem alardeado sobre os modernos recursos tecnológicos à disposição dos profissionais responsáveis pela Comunicação Interna nas empresas. Há uma crescente utilização dos meios eletrônicos para informar o colaborador das Organizações.



São freqüentes os casos de corporações que estão migrando suas publicações impressas para os canais virtuais, convertendo seus newsletters para versões digitais e algumas delas estão priorizando a intranet e os portais exclusivos como fonte de informações para os funcionários.



Essa é uma tendência que apresenta vantagens inquestionáveis como a agilidade na atualização das notícias, a redução dos custos de produção e distribuição, e a maior interatividade, que fomenta um fluxo de informações mais intenso. No entanto, ficamos tão fascinados com as novas tecnologias e as incríveis possibilidades que elas nos oferecem que, ofuscados, acabamos não dando atenção a alguns fatores básicos e muito simples.



É claro que é fundamental contar com veículos bem produzidos, que atraiam a atenção e o interesse do público interno. Sejam físicos ou virtuais, eles cumprem uma função indiscutível, não só para informar, mas para disseminar a cultura, os princípios e os valores da empresa. Porém, não basta manter uma estrutura de Comunicação Interna abrangente, bem dimensionada e ágil. A verdade é que gente gosta de ser tratada como gente.



As atribulações do dia-a-dia acabam por afastar as pessoas umas das outras. As exigências por resultados parecem não deixar espaço, nem tempo, para um diálogo pessoal, mas talvez por ser mais raro, esse contato acabe tendo tanto valor.



Em certas circunstâncias específicas e em determinadas ocasiões é mais do que recomendável que o discurso da empresa tenha a voz de um gerente ou de um diretor. A comunicação face a face tem mais credibilidade, é uma forma de valorizar o funcionário e de prestigiar o interlocutor.

Pode soar utópico querer aplicar esse tipo de canal de comunicação em grandes conglomerados empresariais. Mas não faltam exemplos de como isso é possível, mesmo nas megacorporações.



Dois dos maiores empregadores do Brasil, McDonald?s e Carrefour, não dispensam reuniões dos gerentes com suas equipes antes de cada início de turno, em todas as lojas. Elas servem para discutir metas diárias, motivar o grupo e alinhar o pessoal aos objetivos gerais da empresa.



Em outras, quando há assuntos estratégicos em pauta, é comum a realização de encontros de grupos de funcionários com os principais executivos da empresa.



Há ainda aquelas que promovem, periodicamente, um café da manhã com o presidente, para tornar o começo de dia um momento de valorização do funcionário. Nessa ocasião, ocorre uma conversa mais direta e os participantes partilham suas experiências. Na Todeschini, eleita a melhor empresa para se trabalhar no Brasil em 2004, por exemplo, isso é feito diariamente.



Esses são casos em que a ação pode ser realizada de forma mais restrita e localizada, mas mesmo quando a empresa tem atuação nacional, com filiais distribuídas por todo o País, isso pode ser feito. Recentemente, quando da definição de sua nova estratégia para crescimento, o presidente executivo do Unibanco percorreu o Brasil para conversar com funcionários de todas as suas regionais.



Iniciativas como essas, somam e obviamente, não substituem os outros canais de comunicação, mas sempre devem ser considerados como um importante instrumento com alto poder de envolvimento e motivação.



Num mundo em que as relações vão se tornando cada dia mais impessoais, é imprescindível resgatar um recurso de valor inestimável: o velho e bom contato humano.



Claudia Cezaro Zanuso

Diretora de Atendimento e Planejamento

Klaumonforma Comunicação

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