O empresário João Rodarte, presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação ? Abracom, acredita que 2003, apesar de todas as dificuldades do mercado, foi de crescimento sustentável para a entidade. ?Iniciamos o ano com 72 empresas e pudemos anunciar, agora em dezembro, a marca de 102 associadas?. A avaliação, feita durante a Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 11 de dezembro, reforça o clima de otimismo do setor para 2004.
Qual o principal destaque da assembléia?
JR – Aprovamos mudanças importantes no Estatuto Social da Abracom, com a criação de uma nova categoria de associados. Será uma forma de integrar micro empresas à entidade. São empresas que não tinham como participar plenamente da Abracom e, agora, podem se associar na qualidade de ?sócio-contribuinte?, pagando uma anuidade simbólica e tendo direito a participar de nossas atividades e ter acesso a benefícios sociais que estamos criando.
Que benefícios são esses?
JR – A Abracom está negociando preços e condições vantajosas para oferecer às empresas, seus diretores, colaboradores e prestadores de serviços planos de saúde coletiva e de previdência privada. Muitas das empresas não têm como fazer esse tipo de negociação de forma individual, pois o custo fica alto. Esperamos divulgar e implementar o pacote nos primeiros meses de 2004.
Na Assembléia também foi apresentado o balanço de atividades de 2003. Que pontos poderiam ser destacados?
JR – A apresentação do balanço de atividades é muito importante para que o associado tenha dimensão do que está sendo feito. E neste ano, apesar de todas as dificuldades, podemos destacar o crescimento sustentado da entidade. Em janeiro éramos 72 agências e agora em dezembro chegamos a 102 associadas. Neste ano, concluímos a redação do Código de Ética das Agências de Comunicação e a formação do Conselho de Ética da Abracom. É o primeiro código voltado especificamente para a nossa atividade empresarial.
Também avançamos na área das relações institucionais, realizando contatos com entidades congêneres, abrindo espaços para a contratação das agências de comunicação pelos governos, dialogando com veículos e parceiros do setor. Uma outra linha de trabalho importante foi a formação empresarial, com cursos da área de gestão, preços e custos, adaptação das empresas às regras do novo Código Civil e questões trabalhistas. Estamos convencidos que o amadurecimento do setor depende do aperfeiçoamento das ferramentas de gestão.
E quais são os desafios para 2004?
JR – Em 2004, temos o processo sucessório. Em abril vamos renovar a diretoria, esperando que a nova gestão possa aprofundar o processo de consolidação da entidade. Somos uma associação jovem, que ainda tem muitos desafios a enfrentar para que possa ser considerada madura. Nos primeiros meses do ano, vamos concentrar esforços na expansão da entidade, com a entrada dos sócios-contribuintes.
Queremos também aperfeiçoar a sistematização de informações sobre o mercado de comunicação corporativa no Brasil e no mundo. O Conselho de Ética vai iniciar suas atividades. Também estamos preparando uma central de compras, para reduzir o custo das agências com a aquisição de produtos e serviços, sempre no espírito de fazer a negociação coletiva, obtendo escala para diminuir os preços. A gestão empresarial continua como uma das prioridades e o aperfeiçoamento da comunicação com os associados e com o mercado é uma de nossas metas.
E qual a expectativa para o setor em 2004?
JR – 2003 foi um ano difícil. Para a maioria das agências só houve um crescimento nos negócios nos últimos meses do ano. Avaliamos que houve um crescimento no setor, na ordem dos 3 a 5%. Inferior ao que estava sendo a média histórica das agências de comunicação nos últimos anos. Os sinais positivos da economia neste fim de ano nos permitem projetar um cenário mais otimista para 2004, com percentuais de crescimento maiores para o nosso setor.