Com a pandemia, empresas e organizações de diferentes portes e segmentos tiveram que se adaptar ao uso de tecnologias digitais para realizar encontros e eventos de toda ordem. Tendência veio para ficar, inclusive com formato híbrido
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, transformações inevitáveis estão sendo observadas a cada dia nas relações pessoais e profissionais, na comunicação entre os setores e, principalmente, nos negócios. Essas mudanças proporcionaram às empresas uma nova perspectiva, um novo olhar tanto para o momento atual quanto para o futuro.
Sabe-se que mesmo as organizações que não tinham um aparato tecnológico superdesenvolvido, desdobraram-se para manter seus contatos, buscando alternativas e sendo criativos. Com o dinamismo e alta competitividade e complexidade dos mercados, amplificados nas redes sociais, se reinventar virou uma necessidade.
É ainda relevante considerar o crescimento significativo e veloz da internet, que permitiu às empresas utilizá-la como uma forte alavanca no trabalho desenvolvido, permitindo novas formas de comunicar.
Neste quesito, os eventos de qualquer natureza acabaram se tornando cada vez mais estratégicos para os diferentes tipos de negócios. Afinal, eles são mecanismos bastante úteis para se relacionar e encantar pessoas, quando se preocupam em oferecer experiências marcantes e conteúdos ricos para os diferentes públicos-alvo.
Normalmente, os eventos da forma como os conhecemos são pautados em conteúdo e relacionamento. Em relação aos eventos no formato online, a principal entrega é de conteúdo – que pode ser tanto parte de uma estratégia de marketing digital como englobar a transmissão de um determinado evento que está sendo realizado presencialmente.
A tendência é que treinamentos, pequenos debates, reuniões executivas, bem como outros eventos de menor porte, permaneçam quase que 100% digitais, enquanto os encontros de médio e grande porte voltem para suas estruturas físicas, somados à presença virtual, a fim de aumentar capilaridade e garantir que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo, independente de onde estiverem.
Dados recentes da consultoria Grand View Research confirmam essa percepção do mercado. A expectativa é que o setor de eventos virtuais alcance um crescimento de 1.000% na próxima década, avançando de US$ 78 bilhões em 2020 para US$ 774 bilhões em 2030.
A projeção aponta ainda para um mercado mais eficiente com o passar do tempo. Isto é, haverá maiores investimentos em tecnologia e esse desenvolvimento do mercado irá trazer mais benefícios para as empresas que optam pelo online e os resultados que elas procuram.
Se comparado a um evento presencial, o online oferece inúmeras vantagens para as empresas. Entre as principais estão a redução de custos, uma vez que não há gastos com deslocamento de palestrantes ou convidados, e a ampliação do alcance, já que fica mais fácil atingir milhares de pessoas no online.
Mas até que ponto os eventos digitais são a resposta para qualquer necessidade?
Segundo uma pesquisa do Hubspot – software de vendas e inbound marketing – 85% das pessoas dizem que reuniões e conferências presenciais permitem que elas criem relacionamentos comerciais mais significativos. Logo, mesmo com a ajuda em manter relações e aproximar as empresas aos clientes, acredita-se que os eventos digitais são soluções que vieram para resolver uma demanda momentânea, mas não cobrem a necessidade humana da conexão presencial.
Existe uma terceira via para as organizações de encontros de diferentes propósitos (profissionais, pessoais, educacionais, entre outros). São os eventos híbridos que, por definição, abrangem características tanto de eventos presenciais quanto virtuais. Englobam os encontros presenciais com transmissão ao vivo e que podem ser acompanhados por participantes online ou até mesmo os que permitem um meio de interação em comum entre os dois tipos de participantes, como um aplicativo, por exemplo. Nos últimos três anos, eles vem ganhando bastante destaque, segundo as empresas especializadas.
Presencial ou online o fato é que um aumento no mercado de eventos certamente trará impacto ao mercado de comunicação, uma vez que sabemos que não existe evento assertivo sem comunicação.
Por Vera Lucia Rodrigues*
Artigo publicado no Café com Comprador*