O diretor-geral de Opinião do diário O Estado de S. Paulo, Ruy Mesquita, criticou nesta quarta-feira (14/04), em São Paulo, a filosofia empresarial e jornalística do magnata australiano Rupert Murdoch. ?A ?murdochização? é uma ameaça de que jornais como O Estado de S. Paulo possam não existir mais em um futuro próximo?, alertou, com o pensamento na lei que, aprovada, permitiria a participação do capital estrangeiro na mídia nacional.
O jornalista foi homenageado como Personalidade da Comunicação 2004, durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas. O encontro, realizado pela Mega Brasil Comunicação e pela M&A Publicações e Eventos, começou nesta quarta no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, sob o patrocínio da Telefônica.
Mesquita foi enfático, ao rejeitar o modelo em que os interesses empresariais de curto prazo são determinantes na escolha de um veículo de comunicação como mera fonte de obtenção de lucro. ?Se Murdoch achasse que salsicha dá mais dinheiro, venderia salsicha?.
Aplaudido de pé, o diretor do Estadão recebeu o troféu das mãos do governador Geraldo Alckmin. A homenagem e uma palestra do coordenador de projetos especiais do Estado, Ruy Mesquita Filho, abriram o congresso. Também participaram a prefeita Marta Suplicy, o vice-presidente do Banco Santander e ex-diretor de redação do Estadão Miguel Jorge, o curador do evento, Antonio Alberto Prado, e o jornalista Eduardo Ribeiro, organizador do congresso e colunista do Comunique-se.
Todos deram ênfase à importância do jornal paulista na história do País. Alckmin disse que Ruy Mesquita foi ?intransigente na defesa da democracia?. A prefeita lembrou as receitas de bolo e as poesias de Camões nos espaços do jornal censurados pela ditadura militar. ?Eu eram jovem e me lembro da alegria que isso nos proporcionava?.
O congresso continua nesta quinta (15/04) com uma série de palestras sobre comunicação. Veja a programação em www.megabrasil.com.br.
FONTE: Comuniquese