A Associação Brasileira das Agências de Comunicação, que o mercado já conhece como Abracom, completou no dia 17/04 um ano de existência, com muito ainda por fazer, mas com um saldo que pode ser considerado bom, sobretudo para uma entidade que nasceu do zero e da abnegação de um grupo de colegas que sentia claramente a necessidade de organizar um setor já razoavelmente conhecido, mas caótico em suas relações institucionais.
Pouco mais de 50 agências assinaram a ata de fundação da entidade e hoje esse número cresceu impressionantes 60%. Já são 80 as agências associadas, de todos os portes, incluindo as maiores do setor, inúmeras médias e também algumas pequenas.
E o mais interessante é que esse crescimento se deu com a chegada também de agências de fora do eixo Rio-São Paulo, incluindo organizações do Nordeste, do Centro Oeste e do Sul do País.
Há, ainda, um grupo de agências recalcitrantes, desconfiadas dos benefícios que tal entidade pode trazer no plano individual – e também dos eventuais interesses de quem a dirige – e por isso a preferência por continuar fora da Associação. É natural que isso aconteça, como aliás acontece em todos os setores. Pouco a pouco, no entanto, com os resultados surgindo, essas agências deverão rever seu posicionamento, agregando-se ao grupo.
Nesse um ano de existência, a Abracom vem atuando muito forte na construção de um código de ética para o segmento, projeto que conta com a adesão de inúmeros colegas e agências e que tem sido conduzido com muito empenho e abrangência. O grupo que o discute tem analisado os principais códigos de ética do País, promovido inúmeros encontros com especialistas na área, realizado discussões internas etc. E o resultado deverá já ser conhecido durante a assembléia que marcará o primeiro ano de gestão, desta diretoria que tem João Rodarte, da CDN, como presidente, Rosâna Monteiro, da Ketchum Estratégia, como 1ª vice, e Ivandel Godinho, como 2º vice.
Outra área estratégica, que vem sendo trabalhada de forma permanente é a de mercado e preços, uma das mais complexas para a atividade. Esse grupo tem discutido padronização de nomenclatura, equivalência de serviços, formas de cobrança, fees, impostos etc., sendo seu principal objetivo definir parâmetros que sirvam para todos e que permitam ao mercado comparar orçamentos e escolher seus fornecedores, com base em critérios aceitos e praticados por todos. Quando isso estiver concluído, o setor dará um passo ainda mais decisivo na sua consolidação e fortalecimento.
Na área pública, outra das bandeiras da Abracom, a entidade vem mantendo com regularidade contatos em diversas esferas, tendo já mantido reuniões formais com a Prefeitura de São Paulo e o Governo Federal. O que as agências pleiteam – aliás, com muita justiça -, é que as áreas públicas dividam seus orçamentos de comunicação (separando a publicidade da comunicação institucional e corporativa) e façam licitação também nessa área, de modo a permitir que elas participem de concorrências de uma forma legítima, evitando, desse modo, a contratação como quarteirizada, como hoje ocorre, elevando as despesas para o contribuinte.
Também no plano institucional as conversas caminham de forma intensa e proveitosa, com organizações como Aberje, Conferp, Universidade de São Paulo, jornais Valor Econômico e Meio&Mensagem, Sinco, entre outras. Nesse particular, todas as iniciativas têm como premissa fortalecer o setor da comunicação e criar condições para que a área, como um todo, consolide-se e seja cada dia mais valorizada e estratégica no mercado. Alguns contatos, inclusive, já foram entabulados com as congêneres internacionais, o que deverá em breve resultar em intercâmbios de interesse mútuo.
A Abracom tem também promovido alguns eventos e cursos de aperfeiçoamento profissional e empresarial, estratégicos para quem veio do jornalismo, por exemplo, sem nenhuma noção de administração. E os resultados desse intenso intercâmbio já começam a ser fazer representar, no modo de administrar as agências e de buscar uma remuneração compatível com os ganhos desejados e com os investimentos necessários.
Há, é certo, várias outras iniciativas já realizadas e em andamento, e a percepção hoje é de que, atualmente, o setor tem efetivamente uma representação, vencendo o descrédito que até então existente.
É cedo para dizer que a entidade será um sucesso e que o segmento conquistará dias ainda melhores no futuro, por força desse trabalho. Mas já dá para afirmar, sem medo de errar, que o avanço é real, notório e reconhecido.
Bom para as empresas e bom para o mercado, sobretudo para os profissionais que hoje têm nessa área uma das principais fontes de contratações, tanto para o jornalismo quanto para a área de relações públicas.
FONTE: Comuniquese