Três anos atrás, quando um pequeno grupo de empresários do segmento de comunicação corporativa começou a conversar com o objetivo de organizar o setor, já se notava uma significativa mudança na mentalidade das agências.
Esse grupo sabia que só se organizaria o segmento se fosse através de uma entidade forte, profissionalizada e livre do viés corporativo até então predominante nas entidades que antecederam a criação da Abracom. Só fazia sentido criar uma entidade se fosse efetivamente para apoiar a gestão empresarial, para abrir caminhos no mercado, para projetar o setor institucionalmente, enfim, para tornar esse um segmento representativo e à altura da força econômica já visível.
Assim se fez, desde o início. Aliás, antes mesmo do início, quando todo o trabalho precursor já se fez apoiado numa estrutura profissional, então bancada com os recursos espontâneos desse grupo.
De certo modo, fizemos a lição de casa, afastando aquela máxima de que em casa de ferreiro o espeto é de pau. Daí para o nascimento efetivo da Abracom foi um passo, mas um passo em solo firme. Descartamos desde o início o ingresso numa aventura, sabedores das responsabilidades que pesavam sobre nossos ombros, e seguimos caminhos democráticos e de representatividade para a composição da primeira diretoria.
As bases foram ouvidas. Tivemos a humildade e, por que não, a inteligência de convidar o colega João Rodarte para ser o primeiro presidente, num gesto simbólico e ao mesmo tempo estratégico, pois queríamos sinalizar, de forma vigorosa, ao mercado, que esse era um movimento sério. Foi uma grata surpresa e a entidade ganhou muito com a capacidade de articulação e a determinação do João de contribuir para consolidar a Abracom.
Isso tudo mostra a maturidade dos colegas, das empresas, enfim, do setor, pois desde o princípio sabíamos que só daria certo a criação desta entidade se nos valêssemos prioritariamente das coisas que nos unem, deixando as divergências para resolver na luta do dia-a-dia, no mercado.
Ali, sim, é o palco da concorrência, das divergências, da luta por clientes, de preferência num cenário tão ético quanto possível, e preferencialmente sereno. Não criamos uma organização para defender interesses comerciais desse ou daquele, para garantir privilégios dessa ou daquela natureza, para atuar nas sombras ou à margem das leis, para defender ilicitudes. A Abracom nasceu com a vocação de lutar por um setor economicamente forte e altivo, para zelar pela ética, para atuar na defesa intransigente de suas associadas, para criar parâmetros confiáveis de concorrência e convivência, para ajudar na formação de gestores capacitados, para incentivar a prática de uma comunicação feita com transparência, para identificar novas oportunidades de mercado para as agências, para representá-las nos mais variados fóruns do País, enfim, para dar a este setor que hoje emprega milhares de profissionais uma nova cara e uma nova identidade.
O caminho está traçado e os primeiros passos foram dados. Não tenho dúvidas de que a maturidade que nos permitiu chegar até aqui será também responsável por passos ainda mais ousados e significativos.
Temos, é verdade, muito a caminhar, mas se olharmos para trás já dá para notar o quanto avançamos. Em apenas dois anos, praticamente dobramos o número de associados. Não é pouco.