Blockchain é mais conhecida como a tecnologia base das criptomoedas, tais como Bitcoin e Ethereum, que vem sendo usada largamente para controle de transações de ativos tangíveis e intangíveis.
Porém, nos últimos tempos, com advento de novidades como o ChatGPT, a aplicação da blockchain está sendo cada vez mais discutida também em temas relacionados aos processos de comunicação, informação e notícias.
O acesso à informação é inerente não apenas ao desenvolvimento, como à sobrevivência no mundo dos negócios. Em tempos de “fake news”, e um volume de informações e dados sem precedentes, está à frente da concorrência quem investe em tecnologias que zelam pela segurança e transparência dessas informações, ao mesmo tempo em que as aproveitam da melhor maneira.
Nesse sentido, a tecnologia blockchain é uma grande aliada, já que garante precisão, eficiência, agilidade e segurança na transação de ativos. Trata-se de um novo modelo de troca de informações, que pressupõe o trabalho em grupo, ultrapassando todas as fronteiras geográficas e culturais.
Em um mundo no qual a tecnologia blockchain seja responsável por garantir a transparência e a segurança das informações, cabe aos profissionais estarem dedicados à correta inserção do contexto e dos metadados relacionados. Quem não se adaptar corre o risco de perder confiabilidade e força de competitividade.
Na área de Comunicação, aquelas atividades que manipulam grandes volumes de dados, dados muito complexos e dados que necessitam ser tratados e cruzados até gerar uma informação consistente e confiável podem ser aprimoradas com o auxílio da tecnologia. Tais atividades, por exemplo, poderão ser realizadas de maneira mais ágil, produtiva e precisa com o uso do blockchain.
Funções repetitivas, de agrupamento, separação e exclusão de dados, com base em critérios lógicos e claros, também tendem a se tornar obsoletas, já que podem ser feitas de maneira mais eficaz e eficiente por robôs. Em contrapartida, os projetos que envolvem empatia, bom senso, criatividade, carisma e opinião jamais serão substituídos.
Em tempos de “fake news”, a tecnologia blockchain pode ser usada, inclusive, para atestar a veracidade e autenticidade das notícias, ajudando no combate à desinformação.
Com o uso dessa tecnologia, todas as informações deverão estar acompanhadas do contexto e dos metadados (quem, quando, onde, como, por que, fatos correlatos etc.) e, de forma automática, oferecer um “laudo de autenticidade” a uma determinada informação.
Será possível saber se uma fotografia foi tirada naquela data, naquele local, com aquela legenda etc. A autenticação poderá ser feita de forma rápida e automática, com as ratificações dos outros elos da rede. Rastreabilidade é a palavra-chave.
A tecnologia blockchain também pode ser utilizada para garantir a privacidade dos dados de fontes e leitores por meio dos algoritmos avançados de criptografia empregados.
A tecnologia tem ainda o potencial de ser utilizada para combater a censura em âmbito global. Isso porque pode ser utilizada para transmitir informações criptografadas dentro da rede, facilitando a troca de informações que poderiam ser bloqueadas em um país com práticas autoritárias de restrição ao jornalismo.
Seria uma espécie de “túnel” por onde as informações jornalísticas vedadas por um regime de exceção poderiam entrar e sair.
As tecnologias da informação – bem como o comportamento de quem as consome – estão em constante evolução, com ciclos de mudança cada vez mais rápidos e um nível de exigência cada dia maior.
Por isso, adaptação é a palavra de ordem. E quem não investir em ferramentas que acompanhem esta nova forma de consumir conteúdo, corre o risco de ficar para trás.
Jacinto Godoy, consultor de Tecnologia da Softtek Brasil