Sobre o vazamento de um mapa de influenciadores preparado por uma agência de relações públicas para o Ministério da Economia:
A Abracom entende que a divulgação indevida desse tipo de ferramenta deve ser combatida com segurança de informação e, no atual contexto, adequação de agências e clientes à Lei Geral de Proteção de Dados. Mas afirmamos que os mapas têm legitimidade e são parte indissociável para a construção de políticas de comunicação, desde que construídos exclusivamente a partir de informações públicas e utilizados apenas para finalidades estratégicas de comunicação, sempre orientada pelos princípios éticos que regem o nosso setor. As organizações têm hoje necessidade permanente de se posicionar e como afirma a professora Margarida Kunsch, da Universidade de São Paulo “a comunicação institucional diz como estas devem se posicionar perante à sociedade, com a qual eles têm compromisso.”
No livro Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia – teoria e técnica, o jornalista, doutor em comunicação e especialista em comunicação pública, Jorge Duarte, elenca um conjunto de ferramentas necessárias para definir políticas de comunicação, tanto no setor público como privado. A respeito do mapa de influenciadores ele afirma que se trata de um serviço “de identificação e sistematização por algum tipo de critério dos atores sociais (pessoas e organizações) que influenciam e podem influenciar o sucesso da organização no âmbito do trabalho da área de comunicação. (…) Podem incluir veículos de comunicação, jornalistas, colunistas, ativistas, blogueiros. A partir do mapeamento é possível estabelecer uma estratégia mais sólida, inclusive de relacionamento com os próprios influenciadores”.
O conceito é claro e preciso. E não é só na comunicação que esse tipo de mapeamento é realizado. Escritórios de advocacia, consultorias econômicas e de análise de mercado, comitês políticos e governos em todos os países democráticos avaliam cenários e tomam decisões estratégicas com base em mapas de influenciadores.
Portanto, não há ilegalidade na prática de mapeamento, mas sim no vazamento de informações que devem ser de uso exclusivo de quem utiliza a ferramenta. Renovamos nosso compromisso e adesão aos princípios da Lei Geral de Proteção de Dados, que é um instrumento para evitar que vazamentos indevidos possam causar qualquer tipo de constrangimento.
Diretoria da Abracom
04/12/2020