No último dia 11 de setembro, tive o prazer de participar do Painel de Tendências no 1º. Encontro Verso e Reverso da Comunicação Interna. Surpreendentemente, ali não se tratou de instrumentos, veículos, portais ou tecnologias, mas sim, das questões que estão no centro da reflexão desses profissionais e da própria Comunicação Corporativa.
Como qualquer setor ou competência profissional, também a Comunicação Interna deve cuidar de sua imagem e reputação. Vamos tratar de alguns pontos fundamentais em nossa perspectiva.
Riscos de Imagem da área de Comunicação Interna:
Cisão de Competências
Há problema em intitular a comunicação organizacional como Comunicação Interna e Externa. Porque essas fronteiras simplesmente não existem! A comunicação é feita por pessoas e, pessoas, têm vários papéis sociais: ora colaboradores, empregados ou funcionários (outra questão de denominação a resolver), ora pai, irmão, voluntário na associação de bairro, técnico do time de futebol…
Adotar a denominação restritiva acaba por produzir uma cisão de competências, como se fosse possível, tratar de maneira dicotômica da inserção dos indivíduos na sociedade e na organização.
Instrumentalização
Entendida nesse sentido restrito, a Comunicação Interna acaba se tornando um simples instrumento para dirimir eventuais conflitos. Mas o bom clima deve decorrer do entendimento da missão, visão, valores e da noção de pertencimento a essa organização, gerando o orgulho de pertencer que contribuirá decisivamente para a imagem da empresa. Hoje, no entanto, o “reporte” a uma determinada área acaba tornando a Comunicação Interna um simples instrumento das políticas empresariais ou setoriais (como do RH).
A Pesquisa na/da Comunicação Interna
O lugar reservado à Comunicação Interna nas organizações acaba, também, apequenando esses profissionais que necessitam talvez mais do que outros, dar prova de sua eficiência e eficácia. E para isso são necessárias pesquisas – realizadas profissionalmente e, preferencialmente, com parceiros externos que garantirão a isenção da análise de resultados oferecida (mesmo que os resultados em si, não sejam totalmente absorvidos pelos comanditários).
Mas aqui, mais uma vez, os próprios profissionais sujeitam-se a realizar “pesquisinhas” com a equipe interna, trabalhando contra seus próprios objetivos, pois muitas vezes, a ausência de profissionalismo produz vieses que não serão percebidos pelos destinatários dos resultados.
Os profissionais de CI precisam profissionalizar-se e perceber os alcances, mas também, os limites das pesquisas de Clima Organizacional (que não respondem a nenhum “porquê”, somente a “quanto”).
Índices: alcances e limites
Por fim, o esforço dedicado ao desenvolvimento profissional – que não significa saber fazer, mas, sim, saber o que esperar de cada técnica para melhor trabalhar com seu consultor de pesquisa – deve ser sustentado pela adoção de indicadores e índices cujos alcances e limites sejam claros, conforme o quadro que desenhamos abaixo.
Por Cristina Panella