As condições para abrir uma empresa ainda são ruins no país, mas já foram muito piores. Há alguns anos, o tempo gasto nos trâmites realizados na Junta Comercial para obter o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) demorava até três meses. Hoje, caiu para 15 dias. Essas pequenas melhoras já se refletem na pesquisa feita pelo Banco Mundial com diversos países sobre as facilidades para fazer negócios em cada região. No ano passado, eram necessários 125 dias para abrir uma empresa no país. Neste ano, o prazo caiu para 120 dias.
A melhora tem sido lenta e há um bom motivo. “Se tudo ficar mais ágil, a indústria de despachantes que ajuda no processo de abertura de uma empresa vai perder seus clientes”, diz Eduardo Fleury, advogado tributarista do escritório Fleury Advogados Associados.
O problema é que além da lentidão, o custo alto para se tornar um empreendedor e a variação de valores em relação ao porte da empresa passam a ser uma desvantagem competitiva para o país. Quando os trâmites brasileiros são comparados com nações com características semelhantes o país perde feio. Ao redor do mundo Entre os países que compõem o Brics, países em desenvolvimento, a China tem o menor custo para começar um negócio. Quem quer ter uma empresa gasta o equivalente a R$ 280. Os russos despendem R$ 559 com os trâmites burocráticos e os indianos gastam, em média, R$ 1.176. Em tempos globalizados, esses custos definem a migração de negócios para os diversos países. Além disso, quanto mais empresas estão instaladas em uma região, mais competitiva e eficiente será a economia do país. Por isso, é importante que o Brasil reveja seus custos e processos para começar um negócio e não ficar fora da onda de crescimento econômico.
Fonte: Brasil Econômico