Briga com a publicidade

Entre as principais agências de comunicação do Rio, a criação da Abracom foi comemorada com euforia. "É o fato mais importante que aconteceu nos últimos dez anos na área de comunicação", afirma Andrea Gouvêia Vieira, presidente da Edelman/Basi Public Relation. "A Abracom terá o mérito de conscientizar o mercado da importância das agências de comunicação", endossa Ivandel Godinho, sócio da In Press Porter Novelli, segunda maior agência de comunicação do País.



O surgimento da entidade colocou do mesmo lado profissionais acostumados a disputas diárias. Andrea e Godinho destacam a área pública como uma das prioridades da entidade."Atualmente, diferente do que acontece no resto do mundo, os governos são proibidos de contratar agências de relações públicas. Como precisa de nós, a esfera governamental se vê forçada a fazer a contratação através das agências de publicidade".



"Nós acabamos sendo quarteirizados", concorda Godinho, vice-presidente da Ascom. "Ficamos tristes vendo o governo deslocar uma verba imensa para as agências de publicidade enquanto o mundo inteiro está caminhando para o oposto", afirma.



O empresário nega que a revindicação seja um ataque às agências de publicidade. "Estamos seguindo o trabalho muito bem desenvolvido por estas próprias agência, buscamos apenas ampliar o mercado", afirma.



Para Marcos Trindade, sócio da FSB Comunicações, terceira maior agência de comunicação do País, o setor de propaganda atingiu seus objetivos em grande parte porque pode contar com uma associação forte e reconhecida. "Não podemos seguir o ditado que em casa de ferreiro, espeto é de pau. Temos de fazer nosso marketing próprio".



Trindade também chama atenção para a possibilidade de criação de um código de ética. "O mercado de RP está extremamente predatório. É preciso profissionalizar o setor".



"Realmente, o segmento está trabalhando de uma maneira errada. Há competição demais e ética de menos", concorda a presidente da Edelman/Basi.


FONTE: Gazeta Mercantil

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